Sem Tabus

Respiração

Silencio. Respiração.

A poesia começava ali, naqueles três passos que a levavam até ele.

Puxou-a contra si, rancou-lhe o que restava de ar e atravancou as mãos que, antes, já insinuavam fortalezas.

 

Respiração ofegante.

Continuava ali, começava uma dança: sentados um sobre o outro. Abertos. Pausados. Propícios.

Esfregou-a em si. Colou lábios, pele e nariz. Sentiu algo escorrer – vontade de pegar e morder.

 

Aceleração.

O sangue desesperado. Mas o pensamento ali. A boca no falo. A tentação querendo se exibir.

Havia algo errado. Algo estava por vir.

Puxou-o para si, grudou-lhe com as pernas. Queria mais que gosto da raiz, do caule que faz.

 

Silêncio. Respiração.

O celular toca e ouve-se uma voz.

O movimento clama e ouve-se outra voz:

– Estou quase gozando.

E goza-se o querer que se desfaz quase como foi da última vez.

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

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