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Além do gozo

“Ne me quitte pas, não vou te deixar partir”, assim tocava Baco Exu do Blues ft. Gloria Groove. Nesse ritmo, eu o ouvia dizer que todas as minhas taras também poderiam ser suas. O nosso corpo tinha uma sintonia que ele, canceriano, sempre me repetia – não só verbalmente, mas com atitudes, corpo quente e membro ereto.

Exatamente após três meses de transas intensos e olhares que tudo comunicavam, fui mais ousada em minhas propostas. Até então éramos um casal que realizava fantasias onde somente nós dois éramos os protagonistas, mas dessa vez eu queria que fosse diferente e testar outras possibilidades com ele. Sugeri uma terceira pessoa, ele arregalou os olhos e, em meu ouvido, sinalizou: Tem certeza? Se você quiser, eu quero. Foi assim que uma nova jornada se iniciou em nosso relacionamento de cumplicidade e ousadia.

Ele ainda não sabia, mas a terceira pessoa teria de ser um homem – que, inclusive, eu já estava de olho desde a última festa que fomos e nos pegamos em frente a todos. Bons amassos em locais públicos me deixam encharcada. Eu uni, então, o tesão do momento com aqueles olhos famintos. Em uma dessas idas ao bar, pedi um papel, anotei meu número e pedi que fosse entregue a ele. No dia seguinte, já havia sua mensagem em meu whatsapp. Sugeri, ele topou e a terceira parte (a do mozão) também estava bem encaminhada.

Marquei o encontro entre os três. Ele ainda não sabia quem seria a terceira pessoa. Quando chegamos no lugar, a surpresa foi gostosa. Também percebi troca de olhares entre eles. Bebemos, conversamos sobre tudo e percebemos que tínhamos mais pontos em comum do que o imaginado. Do barzinho, fomos para a minha casa e lá liguei o som e peguei mais uma bebida – que estava propositadamente nos esperando na geladeira. De repente, um silêncio.

Meu ficante fixo gostoso estava sem saber como dar o play. Meu conversante, digamos assim, começou a ficar um pouco desconcertado e pediu para ir ao banheiro. Aproveitei a deixa para começar a beijar a delícia daquela boca que há meses me satisfaz. Tiramos a blusa um do outro e nos pegamos loucamente até, de repente, sentir uma outra mão me abraçando por trás, beijando minha nuca e levantando minha saia. Vou te dizer uma coisa: Que trem goxtooooso!

Eu que não sou besta, me empinei toda e comecei a tirar a calcinha. Ele tão esperto quanto, terminou de tirá-la. Então me irei para ele e meu boy começou a me chupar lentamente e do jeito que eu gosto. Essa coisa de beijar um enquanto o outro te chupa e enfia dedos em você é coisa de louco. Foi nesse sanduíche que eu me encontrei: alternando de um lado e outro até vir a primeira penetração de um lado enquanto eu chupava de outro. Meu corpo parecia uma bomba próxima a explodir. Eles pareciam uma bomba próxima a me lambuzar com seus estrondos.

Ser penetrada por todos os lados com dois deliciosos era tudo o que eu mais precisava nessa vida. Como diz a canção que aqui começamos: “Baby, o mundo é perigoso, mas nós é mais ainda. Incontroláveis e selvagens nós mandamos na vida.”. E foi com essa energia que entregamos todo nosso fervor ao mundo em outras tantas relações que saíam do padrão egoísta de se ser apenas os dois. O mundo, a partir de agora, nos pertencia. A gente, mais do que nunca, queimava, ardia e sacudia as estruturas tesônicas da vida.

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

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