Sem Tabus

Que tiro foi esse, hein?

De repente, em tudo o que é lugar, você ouve: Que tiro foi esse? Que tiro foi esse, viado? Que tiro foi esse que ta um arraso? E, junto com toda esta polêmica bem humorada, vídeos circulam pela internet mostrando que falar de tiro nem sempre tem a ver com violência, mas pode representar um disparo de beleza e de sensacionalidade.

Antes mesmo de ouvir a gíria referente ao tiro, o morri já fazia parte da linguagem cotidiana de adolescentes e pessoas bem ligadas ao meio cibernético. Quem nunca deu muita risada e completou dizendo: morri? Ou até mesmo viu um gato e usou a mesma gíria para mostrar o quanto ficou impressionada com a boniteza do boy? Uma linguagem bem a cara dos gays e utilizada pelas mulheres, tal palavra de impacto já rodava as rodas de bate papo femininas e já eram parte das conversinhas íntimas.

Entretanto, a expressão que tiro foi esse? tornou-se um viral com grande potencial de ser eleita o hit do carnaval 2018. A responsável por tudo isso é Jojo Maronttinni, conhecida como Jojo Todynho. A danada compôs uma canção que traz gíria, autoestima e sensualidade dentro de um mesmo pacote porque, além do bordão, ela também diz Samba na cara da inimiga/ Vai, samba, desfila com as amigas. Quem samba, mostra que tem gingado e que sabe se sair muio bem por cima, pois empoderada é ela.

Para completar, Jojo ainda canta que se Quer causar, a gente causa/ Quer sambar, a gente pisa/ Quem olha o nosso bonde pira. Em outras palavras, somos maravilhosas demais e, quando a gente quer, não tem pra ninguém porque onde estamos chamamos atenção e deixamos qualquer um de queixo caído e pirando o cabeção. Opa, empolguei tanto que até rimei. Agora vamos ser sinceras: tem alguma mentira nisso aí? Nenhuma.

Toda mulher é um tiro, uma força, um disparo. Para que se reconheça assim, basta se aceitar e se perceber linda. Homens e casais também se enquadram na gíria, pois também representam bombardeios quando se apresentam de forma deliciosa. Eu mesma, meu bem, quando me olho no espelho, às vezes me pergunto: que tiro é esse? É assim que tem que ser. À Jojo, obrigada pela atitude, que este tiro permaneça sendo flores, purpurina, sorrisos, cruzadas de pernas e empinadas de bumbum por onde passemos.

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

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