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Dia quente e muito fogo
Hoje amanheceu quente. Havia suor, roupa curta e muita disposição para encarar aquele dia caloroso após dias frios. O céu estava azulado e, quando há calor, sempre há fogo em mim. Não resisto ao suor descendo, à sensação de deslize, à maior frequência no ato de beber água, na boca, inclusive, cheia de água por situações que ainda não vivi.
Neste dia, resolvi olhar o Instagram com mais ímpeto. Fui em cada crush, contatinho e ex-peguete para relembrar momentos e provocar outros tantos. No Close Friends, resolvi me exibir recuperando fotos em que meu corpo protagonizava aquele clique. Não era TBT, mas era “Estou querendo dar hoje, quem topa?”. Assim, o meu dia foi de muitas provocações e de um Direct movimentado de reações e propostas indecentes e que eu, é claro, adoro.
Até o sol se despedir, eu já havia marcado e desejado três – poderiam ser ao mesmo tempo, mas foram três marcações individuais. Um para o final do expediente, outro para meio da noite e, mais um, para vir aqui quando eu dissesse que estava livre. Você pode dizer que sou gulosa, mas não vou negar: sou. A pandemia também me tornou assim, o calor intensificou.
No primeiro encontro, ele saiu do trabalho e bateu aqui na porta. Não precisou irmos para o quarto, a festa começou na parede ao lado da porta. Na sala de estar, fizemos a festa entre chupadas, puxões e metelâncias ali no chão. Como eu disse que teria uma reunião, logo após a comelança acabar, ele bebeu um copo d’água e se foi com a promessa de retornar sempre que eu pudesse (e dizendo que ficaria mais tempo se assim eu o desejasse. Ui, gosto disso, de deixar claro que quem manda no rolê safadístico sou eu).
Após ele ir embora, tomei um banho, comi algo com um suco bem refrescante e avisei pro segundo que estava pronta. Disse que não poderia encontrá-lo em casa, então fomos ao motel – que não era lá essas coisas. Afinal, de motel eu já estou bem esperta após ler a entrevista de Lu Rosário no blog Pudor Nenhum, Valei-me! Porém, na hora que o cabra me jogou de costas na cama, eu não vi foi mais nada. Foram duas horas gemendo e aproveitando cada pedaço daquele homem mais ou menos, mas com tesão nas alturas. Se ele queria me fazer gozar, a recíproca existia e eu, que em vez de estar acabada, estava era mais acesa.
Voltei para casa com o discurso de que precisava dormir cedo para trabalhar mais cedo ainda no dia seguinte, mas após relaxar um pouco, avisei para o terceiro: Pode vir. O terceiro momento do dia não foi de tanto êxtase. A gente já tinha intimidade o suficiente para passar o resto da noite falando besteira, dá uns amassos e dormir de conchinha. E assim eu finalizei o meu dia: sentando, escorregando em cima de macho e dormindo abraçado com um boy que, na minha vida, tem lugar cativo como amigo e satisfação sexual.
No outro dia, a história recomeçou com muito calor, fogo, sexo e correria para trabalhar. Afinal, eu nasci pobre e não herdeira.
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.
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Um comentário
Ilton
Tem dias que 5 vezes ainda é pouco