Inspiração

O feminino nas ilustrações de Cécile Dormeau

Por indicação de uma despudorada, eu descobri o trabalho de Cécile Dormeau e me apaixonei. Esta linda é uma ilustradora francesa que vive no subúrbio de Paris, assim ela afirma em seu Tumblr. Formou-se, em 2011, na Escola de Design Estienne em Paris, trabalhou como designer gráfico e ilustradora em agências de design em Hamburgo e Berlim e também como diretora de arte júnior em uma agência de publicidade em Frankfurt. Atualmente, segue sua carreira de ilustradora e tem como um de seus clientes, o Google.

A arte de Dormeau mostra mulheres reais, ou seja, aquele feminino que ninguém quer ver. Com humor e beleza, ela nos presenteia com imagens que nos permitem uma identificação. A gente se vê naquela posição, a gente se vê em cada ilustração e em cada gif (porque ela também os produz lindamente).

 

Sabe aquela história de que ir pra praia exige um corpo de praia? Pois é, Cécile Dormeau mostra esse corpinho que as pessoas negam, mas que deve ser aceito SIM. Essa história de corpo de praia é migué. A gente vai pro lugar que a gente quiser com o corpo que a gente tem e nem por isso deixa de ser uma gata!

 

 

Nós, mulheres, vivemos naquela batalha do depilar-se. No inverno, deixamos os pelos correrem mais soltos. No verão, queremos usar roupinhas curtas e resolvemos fazer uma depilaçãozinha. Doi pra caramba, mas a gente faz pra se sentir melhor diante das curtezas, porém, quando não queremos, também deixamos ao nosso bel prazer. Se for reclamar, fazemos uma mostra do que é se depilar em você. Depois quero ver abrir o bico novamente!

Quando estamos apertadas para ir ao banheiro, vamos ao masculino, sim. O quê que tem? Todos os dois tem vaso sanitário do mesmo jeito e ninguém vai me ver nua só porque entrei lá. Pra isso, existe chave ou outra amiga pra ficar de olho e impedir que um boy entre. Além do mais, ele não pode fazer nada comigo à força e entrar em um banheiro masculino não significa querer algo. Quer dizer, significa querer fazer xixi ou um cocozinho.

A gente come o tanto que quiser, na hora que quiser e suja tudo mexxxxmo. Essa história de que é delicada já não está mais em alta. Somos como qualquer um e podemos fazer a maior bagunça independente de estarmos em nossos melhores dias. E fazer isso não é feio, é apenas mostrar o que se é.

Nós bebemos vinho, tequila, cerveja, cachaça e o escambau. Mulher que não é aguenta beber já não existe. A gente aguenta o que vier pela frente. A gente bebe, sim, e se diverte. A gente é daquelas: bela, despudorada e do bar.

 

 

 

Quando cansamos do espelho, mudamos. Quando queremos surpreender, sabemos como fazer isso. A nossa beleza sempre pode ser retocada. Somos assim: nem sempre vaidade, mas sempre com mil possibilidades para sermos várias belezuras em uma. Nosso espelho sempre nos agradece!

Estrias e celulites fazem parte. Elas são consequências de muitas coisas na vida, tais como engorda-emagrece ou emagrece-engorda e, até mesmo, uma gravidez podem nos deixar com a barriga cheia de listrinhas mostrando que dali saiu uma vida. Não podemos ter vergonha do nosso corpo e das nossas marcas, pois todas elas têm uma história que só a gente e o nosso corpo sabem contar.

 

Quem te iludiu dizendo que a gente não peida, não sabia o que estava falando. A gente não solta nenhuma purpurina. Soltamos gazes com odor ou não, mas soltamos. Nosso organismo funciona como o de qualquer pessoa. Esta imagem cheia de humor resume minha vontade nesses momentos em que me bumbunzinho sofre seus assédios.

 

Nós somos o que queremos ser. Nosso limite é dado por nós mesmas. A gente se tatua quando quer, se depila quando quer, veste o que quer, faz o que quer. Nossas regras, nosso corpo. Infelizmente, esta é a última imagem que lhes trago, senão vou ficar o tempo todo aqui e esse post ficará imeeeeenso!

Quem quiser conhecer mais ainda sobre o trabalho dessa ilustradora fantástica, acesse suas redes sociais. Ela está no Facebook, no Instagram e no Tumblr. Espero que tenham gostado e se divertido junto comigo porque eu, simplesmente, amei.

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

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