Sem Tabus

Nossa relação com a tal da calcinha

Quando a gente, menina, nasce, a preocupação da nossa mãe é que usemos calcinhas. Aquela calcinha de algodão, fresquinha e cheia de frufru. Inicialmente para sustentar e disfarçar a fralda, depois para apenas cobrir o nosso órgão sexual dos olhares alheios. Os meninos acostumados a nos ver tão bem vestidas, vêem naturalidade nisso e, assim, nos acostumamos a ter nosso sexo bem coberto. Com o tempo, mudamos nossas calcinhas por aquelas de material sintético e por aquelas com fio dental. Afinal, vamos descobrindo nossa feminilidade e queremos ficar cada vez mais sexys para o ser desejado. Ficar sem calcinha passa a ser sinônimo de despudor e de desconforto.

A gente, portanto, se acostuma a usar calcinha vinte e quatro horas por dia. Se tomamos banho, trocamos de calcinha – uma suja por uma limpa – todo santo dia. Se transamos, tiramos a calcinha para a efetivação do sexo e, depois de feito, vestimos novamente. A calcinha é como um ritual. Dormimos e acordamos com ela. Quando viajamos, levamos mais do que a quantidade de dias em que ficaremos em tal lugar para não termos o risco de acontecer imprevistos e ficarmos sem. Inclusive, se isso acontecer e houver a possibilidade, a gente lava logo para ficar o mínimo de tempo possível sem calcinha e, então, poder vesti-la o mais breve. Enfim.

Acontece que, de acordo com os ginecologistas, a calcinha não pode ser considerada indissociável da mulher porque esta pode abafar a região íntima e contribuir para a proliferação de bactérias e fungos. Além do mais, o material adequado é aquele 100% algodão e que não consideramos nada sexy. Importante salientar que uma dica importante é, pelo menos, dormir sem calcinha para deixar o local respirar um pouquinho. Se você acha que não conseguirá se deitar sem calcinha, tente. Pode ter certeza que, em algum momento, você irá se acostumar.

Apesar de os médicos indicarem usarmos menos essa peça íntima, eles não dizem para abolirmos do nosso guarda-roupa. Calças jeans justinhas exigem uma calcinha para impedir o atrito da nossa bacurinha com o material grosso que constitui a calça ou outras roupas tais. Além disso, sair apenas de saia e sentar em qualquer lugar pode ser arriscado e pode nos levar a contrair uma série de problemas caso haja o contato direto. Nesse sentido, é preciso sabermos dosar nossas vestimentas e o momento em que devemos usar ou não usar a calcinha.

Materiais sintéticos e fio dental são, conforme os especialistas, indicados para serem usados apenas uma vez na semana. E, falando nisso, algumas famosas dão um show e chamam a atenção dos fotógrafos com seus modelitos sem a danada da calcinha. E, como vimos aqui, elas não estão erradas por não usá-la. A calcinha deve ser compreendida como um acessório e não como essencial e imprescindível tal como costumamos encarar.

Tanto nossa mãe quanto todo mundo nos ensinaram a usá-la a todo momento; mas, já que estamos crescidinhas, vamos virar o jogo e renovar nossa gaveta de calcinhas? Investir naquelas 100% algodão, deixar as mais sensuais para as horas mais propícias e aboli-las quando formos dormir ou quando nos for possível. Com certeza, faremos um bem danado para nossa amiguinha e para a gente.

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

Um comentário

  • Arruda.dolores@hotmail.com

    Lu sua linda seus textos estão cada vez melhores. Nem escritos, de fácil entendimento e de uma qualidade… maravilhosa. Parabéns sua linda???. Ahh… e que bunda heimmm?

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