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Eu não escolhi esperar, mas há pessoas que sim!
Como assim? Esperar o quê? Isso mesmo: esperar fazer sexo após o casamento. Em meados de 2016, eu descobri que havia um movimento chamado Eu escolhi esperar por meio do Facebook. Inclusive, eu soube deste com mensagens que criticavam e colocavam em cheque a veracidade daqueles que deste participavam. Ao pesquisar, soube que era verdade e que há muitos jovens que realmente dão preferência pelo esperar o matrimônio para depois vir a se encontrar em corpos nus.
O movimento Eu escolhi esperar é coordenado e idealizado por Nelson Junior e sua esposa Ângela Neto. Ele é pastor da Igreja em Vitória e membro da Associação de Pastores Evangélicos de Vila Velha, além de trabalhar com jovens e adolescentes há pouco mais de 20 anos – conforme foi apresentado no site Eu escolhi esperar. Além deste casal, a equipe é composta por um casal que atua na direção administrativa, uma gerente da loja virtual (sim, eles têm loja!) e outro casal que atua como produtor de eventos da campanha pelo Brasil. Dessa forma, vemos que o projeto é algo organizado e grande.
Com a missão de preservar o jovem sexualmente, eles trabalham com uma linguagem jovial e apresentam textos bem atuais, assim como vídeos por meio de um canal do You Tube. A intenção é garantir a saúde emocional e obter um comprometimento cristão dos envolvidos. Isso também dá margem ao trabalho com o conhecer o outro em diversos âmbitos além do sexual e evitar a possibilidade de doenças sexualmente transmissíveis. Vejamos um dos vídeos que se encontram em seu canal.
Na prática é bacana, exceto pela imposição do fato de ter que esperar, pela negação à masturbação – importante para nos conhecermos, e pelas outras dicas que soam impositivas, pois parecem não oferecer escolhe e, assim, alienar. Nosso corpo possui uma válvula que começa a ser ligada na adolescência. A publicidade, a internet e os lugares por onde andamos sempre trazem um quê de sedução. Estamos o tempo todo conectados em nosso corpo e no alheio. Segurar tesão é difícil, principalmente com o descontrole que temos por todos os lados. A sexualidade grita, agita paredes, rompe muros.
A educação é importante. Crer em algo ou alguma coisa também nos fortalece diante das adversidades, mas nosso corpo precisa do nosso próprio tempo. Acredito que conhecer o outro antes do casamento também evita alguns problemas que talvez, para você, não possam ser relevados. O sexo é muito importante para a intimidade do casal e para saber se aquela é a pessoa certa.
Tirar dúvidas de forma esclarecedora sobre os meandros do sexo é essencial, mas impor regras sobre o que fazer e o que não fazer já sai da minha alçada. Entretanto, independente da minha opinião, temos que respeitar a opinião alheia e desejar que o sexo pós-casamento seja dos melhores para que a saúde do relacionamento se mantenha. Eu não escolhi esperar e, se escolhesse e ainda tivesse solteira, como seria? O Pudor Nenhum não estaria aqui para mostrar que mais natural do que fazer xixi e mais gostoso do que comer uma lasanha é falar sobre sexo. Aos que estão esperando, sucesso e que as melhores descobertas sejam realmente melhores.
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.
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