Sem Tabus

A gente não fica, a gente transa.

A história é bem essa: você sai com o cara ou com a gata uma, duas, três, quatro vezes e transam. São pele, carne, sexo, selvagens. Depois de toda pornografia a lhes agregar valor, vocês conversam e se despedem com beijo no rosto como se nada tivesse acontecido. E assim a história se repete, ambos sabem que do outro existe amizade e um sincero orgasmo e que é com ele que se pode contar no momento de relaxar o corpo e sentir vontades de gozar, sem lances solitários. Afinal, a uma altura do campeonato – masturbação passa a ser falta de escolha ou preguiça por um parceiro.

Agora que eu comecei a história, vamos ao título. Quando eu digo que a gente não fica, mas apenas transa, eu me refiro ao fato de não fazermos algo apenas pelo carinho. Não faltam casais por aí que se encontram meramente pela troca de afetos, pela companhia, para ficar. Ficar neste sentido gostoso da coisa: de beijar, conversar, trocar carinhos e também transar (porque não?); diferente de você encontrar e dizer: Vamos? Ou então já começarem tirando a primeira peça e pronto: já está tudo feito. A transa “frequente” com alguém e sem outras configurações cai um pouco na definição de PA ou BA, os famosos Pau Amigo e Boceta Amiga. É alguém de confiança que se pode contar para dar umas e desestressar. Por quê de confiança? Porque você sabe que ele (ou ela) não irão sair por aí dizendo aos quatro cantos o que vocês fazem entre quatro paredes. 

Essas minhas definições não são fixas, é bom deixar isso claro! Claro que um ficante pode ser alguém que sempre transe contigo maravilhosamente. Ambos podem ser despretensiosos, apesar de que entendo o ficante como aquele que talvez cause vontades de namorar…enquanto aquele que está ali apenas para o sexo não – pois são estabelecidas apenas relações de corpo. Enquanto aquele com quem você fica é sabido pelos outros, aquele com quem você só transa, ninguém sabe. E outra: ninguém diz para o amigo (ou amiga) que transou com fulano, a gente diz que ficou – parece soar mais leve na sociedade em que vivemos.

Eu fico indignada com a negação da sexualidade em que estamos inseridos, mas tudo bem, o importante é estarmos livres de moralismos e abertos sexualmente. Mas sim, meus queridos: Você fica e transa (Ui!) ou só tem aquele PA ou BA mesmo (Uhlalá!)? Independente da sua resposta, aproveite bastante o outro e se deixe aproveitar. Nosso corpo e nossos desejos devem ser entregues e fazer parte dos nossos prazeres, sempre!

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

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