Sem Tabus

Robôs sexuais, relacionamentos e futuras gerações.

Ele sente, fala, geme. Seu corpo aquece. Em tudo, alguém como eu; no fundo, um robô. Parece coisa de filme, mas não é. Os robôs sexuais estão cada vez mais em alta para que carências afetivas e sexuais possam ser supridas pelo custo de alguns dólares. Companhias norte-americanas já estão investindo neles e, inclusive, estão possibilitando que eles esbocem reações quando tocados. Assim, a nossa experiência fica ainda mais real, sem contar que teremos a opção de escolher a personalidade do boy ou girl que levaremos para casa – do mais ousado ao mais comportado. Incrível, não é?

De acordo com o especialista David Levy, em um artigo publicado no Daily Mail, “o próximo grande avanço vai permitir-nos usar a tecnologia para encontros íntimos – para nos apaixonarmos, para fazermos sexo com robôs e até casar com eles”. Além do mais, ele afirma que “é uma questão de tempo até os relacionamentos entre humanos e robôs se tornarem a norma”.

Diante disso, nos perguntamos sobre qual será o futuro das próximas gerações, visto que estamos nos distanciando cada vez mais em detrimento das redes sociais. O sexo virtual, por exemplo, já se tornou comum e satisfaz muitas mulheres e homens que preferem manter relações sem saírem do comodismo das suas casas. A internet possibilita que conheçamos pessoas cada vez mais distantes  e, pelas modalidades escrita-vídeo-áudio, nada deixa de acontecer por falta de aproximação. Em alguns casos, aproximar-se é o de menos.

No vídeo a seguir, veremos a produção desses robôs e sua perfeição da unha do pé aos cílios.

 

Estamos cada vez mais distantes. Falar disso e apresentar-lhes o robô sexual me fez lembrar do filme Inteligência Artificial, onde os humanos são substituídos por máquinas completas e praticamente humanas. É isso o que parece nos esperar em um futuro que está cada vez mais próximo.

Além de todo o contexto corpóreo e de todas as respostas que o robô pode lhe dar, será uma forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis e desilusões amorosas – assim afirmam muitos que sabem desta novidade. Entretanto, qual será o nosso futuro enquanto seres humanos? E como reproduziremos? Nossas memórias e hereditariedades genéticas, como ficarão? Vamos deixar tudo nas mãos dos cientistas e nos deixarmos extinguir cada vez mais? Tais questionamentos vão ficar pairando por aqui.

Acredito que os robôs sexuais podem ser importantes, sim. Mas acredito mais ainda no quanto podemos ser importantes uns para os outros. Acredito que as desilusões amorosas nos fazem crescer. Frustrações são sinônimos de aprendizado. Camisinha é a forma mais adequada de evitar doenças. O inesperado de uma mente humana é uma delícia, ainda que nem sempre nos surpreenda positivamente, a gente também tem nossas cartas na manga e todas as formas de recorrer. O entrave humano é necessário.

Com tudo isso, o mercado erótico só tem a crescer. Mas eu ainda me preocupo muito com o futuro das relações, dos laços e nós que só a gente – enquanto seres humanos – saberemos estabelecer. Quanto mais robôs entre nós, mais nos robotizamos também e, então, felicidade passa a significa outra coisa que eu, sinceramente, não quero saber o quê.

 

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

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